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  • 29/02/2024

Mobilidade partilhada: redefinir o negócio de venda e pós-venda de veículos

Shared mobility

Por Miguel López Cadavieco, Diretor de Vendas para a Ibéria da Nextlane

 

O sector automóvel está a sofrer uma mudança transformacional com o aparecimento de soluções de mobilidade partilhada. Em Espanha, a chegada de novos serviços, como o ridesharing, o carsharing e os modelos baseados em subscrições, está a alterar a dinâmica tradicional dos concessionários.

Explorar os efeitos da mobilidade partilhada, bem como fornecer uma imagem muito mais clara das suas implicações globais no sector da venda e pós-venda de veículos, permite-nos realizar uma análise aprofundada dos benefícios e desafios que os concessionários e as oficinas enfrentam com este novo cenário.

Mudança na mobilização dos consumidores

De acordo com o estudo ‘Car Sharing Unlocked’ realizado pelo ING, estima-se que em 2035 haverá 7,5 milhões de carros partilhados na Europa e, de acordo com um relatório da empresa de consultoria Oliver Wyman, o mercado de mobilidade partilhada deverá atingir 370.000 milhões de euros até 2030. Só em Madrid, em 2022, já existiam 22 serviços de partilha de boleias através de aplicações móveis e durante 2023, em Espanha, houve um aumento de 34% nos utilizadores de partilha de automóveis. Estes números são um indicador-chave da mudança de comportamento dos consumidores quando se trata de se deslocarem.

O aumento da utilização deste tipo de mobilidade acompanha a tendência de digitalização e eletrificação da indústria automóvel, bem como a crescente consciência ambiental e a procura de práticas sustentáveis por parte dos utilizadores. Já não se trata apenas de veículos eléctricos, mas também da procura de materiais sustentáveis, de uma produção respeitadora do ambiente e de formas de mobilidade que reduzam a pegada de carbono.

Implicações da mobilidade partilhada para os concessionários

Mas como é que a mobilidade partilhada afecta os concessionários? A população mais jovem tende a preferir o acesso à mobilidade em vez da propriedade, o que constitui uma oportunidade para os concessionários explorarem um mercado jovem e inexplorado, ou mesmo para explorarem uma nova área de negócio que pode complementar a sua atual atividade de venda e pós-venda, que não é tão dependente da marca.

A mobilidade partilhada também implica elevadas taxas de utilização dos veículos, o que leva a um desgaste acelerado, ou seja, a uma maior procura de serviços de substituição e manutenção dos veículos. Isto significa um fluxo constante de negócios no pós-venda e na renovação da frota. Para além disso, os concessionários que se adaptam, oferecendo modelos de propriedade flexíveis ou serviços de subscrição, estariam em sintonia com a procura de soluções de mobilidade adaptadas às necessidades e preferências individuais dos consumidores.

Por outro lado, uma das consequências da mobilidade partilhada é, sem dúvida, a redução das vendas de automóveis novos a particulares. É por isso que é tão importante que a rede de concessionários continue a manter este tipo de cliente “próximo” com as suas próprias soluções de mobilidade. De acordo com os dados do Observatório Cetelem, em 2022, três em cada dez utilizadores abandonariam a sua própria mota ou carro para começar a utilizar serviços de aluguer de automóveis. 35% das pessoas com idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos estariam dispostas a abandonar o seu automóvel para utilizar serviços de mobilidade partilhada. Este declínio nas vendas a particulares obrigaria os concessionários a rever as suas estratégias de venda e a encontrar fontes alternativas de receitas, como o serviço pós-venda e a manutenção, para além das soluções de mobilidade acima referidas.

Novos modelos de negócio

É muito provável que, com os novos serviços de mobilidade partilhada, os concessionários tenham de começar a alterar os seus modelos de receitas tradicionais e a orientar-se mais para os serviços, dando prioridade à experiência do cliente e à personalização, a fim de reter os clientes. Esta reconfiguração no sector exige adaptabilidade e planeamento estratégico por parte dos concessionários e, com uma mente aberta, estas mudanças podem tornar-se uma oportunidade. Desde o potencial aumento da procura de veículos usados, à especialização das oficinas automóveis na manutenção de frotas de veículos partilhados, até à atualização do software e da tecnologia.

À medida que a indústria automóvel continua a evoluir, manter-se ágil e com visão de futuro será fundamental para os concessionários navegarem com sucesso na era da mobilidade partilhada.

 

Se quiser continuar esta conversa e ver como podemos ajudá-lo a enfrentar esta nova tendência, entre em contacto connosco.